2 de dez. de 2009

Cemitério de Polacas

Alexei Bueno

Nos beliches sobre o oceano,
Nas camas de Lapa ou Mangue
Fizeram-se, corpo e sangue,
Algo horizontal e plano.

Sob o lustre, ao som do piano,
Quanto gesto ousado ou langue,
Que mudo medo da gangue
Que as trouxe, que asco inumano.

Mas ei-las, ainda deitadas
Nos seus leitos de cimento,
Seus barcos sem amuradas.
Doadoras do esquecimento,

Ei-las na paz olvidadas
De todos, menos do vento.
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